domingo, 15 de maio de 2011

Na superfície

Muito me incomoda ver o que as pessoas têm feito com o conhecimento que tem adquirido no que diz respeito à fé. Com o amor e o cuidado que têm recebido de Deus no decorrer de suas vidas.
Há no capítulo 19 de Mateus um jovem que se aproxima de Jesus e lhe pergunta o que deve fazer para conseguir a vida eterna, e Jesus lhe responde que não roube, não mate, não adultere, não cobice o que é do próximo, e demais coisas da lei. Então esse jovem percebe que ainda não é o suficiente sua religiosidade, que o que ele aprendeu ainda não entranhou como deveria. Ele não tinha entendido que obedecer a essas leis era apenas um comportamento de amor e dedicação a Deus por tanta coisa boa que ele tem proporcionado em sua vida. Uma forma de gratidão a Deus. Então ele vai mais fundo com Jesus no questionamento e Jesus vai junto com ele nessa busca por uma solução ao seu dilema. E ele diz a Jesus que todas estas coisas ele já tem feito, já tem observado. Jesus então diz a ele que venda todos os seus bens e depois o siga.
Tome muito cuidado ao querer se aprofundar em Jesus! Ele pode te abalar profundamente. E todos os seus conceitos e métodos podem ser derrubados. E neste instante este jovem se vê na situação que hoje me preocupa. Temos aprendido de Deus, temos feito campanhas, temos feito doações aos pobres, mas tudo isso dentro do nosso “seguro” mundinho, dentro do nosso conforto. Parece que as ações que temos feito são maiores por si mesmas. Mais do que o amor puro e verdadeiro que nos expõe às intempéries, às dificuldades. O amor verdadeiro é sofredor, é benigno, é paciente, não leviano. Isto realmente é desconfortante. Estar exposto ao sofrimento e ainda assim ser paciente para aguardar o efeito deste amor na vida do próximo; aguardar que este amor transforme as pessoas em pessoas melhores, que sejam virtuosas no pensar e no agir, e transformem este mundo num lugar melhor para se viver.
Se não queremos ter altos e baixos em nossas vidas, se não queremos sentir dor, rejeição, se queremos que nossa vida esteja sempre num modo como podemos controlar tudo e somente o guardar da lei for o suficiente, como aquele jovem fazia, então vamos no envolver em nossos mundos, solitários, onde ninguém nos toque, onde somos super protegidos, onde somos vistos como bons religiosos. A proposta de Jesus àquele jovem é que pudesse viver a vida de forma intensa, vibrante, de forma que o desconforto próprio no inicio traria com o tempo a ele a alegria de ver pessoas que na maioria das vezes não precisam de muito para serem felizes a felicidade; às vezes precisam somente de um tempo para serem ouvidas, às vezes precisam somente de sorriso, às vezes precisam somente de um abraço para tornarem seu mundo num lugar habitável.
Doar nossos bens aos pobres é única forma de mostrarmos que somos realmente ligados em Cristo, de que somos PARTICIPANTES do seu reino. E quando digo doar nossos bens aos pobres – nem sempre pobres materialmente falando, mas pobreza espiritual. Não digo essencialmente bens materiais, mas algo mais profundo do que isso: o amor, a alegria, a paz, a esperança, o tempo. Nisso se cumprirá em nós a perfeita e agradável vontade de Deus.
Não somente diga que ama, que tem alegria, que tem esperança, que tem dedicado tempo em prol da causa de Cristo, mas, VIVA isso, faça disso um fato.
Ame, espere, doe, alegre. Deixe viver Cristo em você!

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Tão tênue!


Bom, estive pensando em que nome dar a este blog, e acabei por perceber nessa busca por um que justifique meu propósito, que tem sido cada vez mais difícil definir as coisas neste mundo. As linhas que separam estão se tornando cada vez mais tênues.  Digo isso ao observar a forma como de se conduzir as coisas, seja na fé, no amor, na política, nos negócios, na forma como o homem se conduz em sua própria história.
Em prol do bem estar criam-se porquês e justificativas que fazem destas linhas que já são tênues, apenas linhas em marca d’água.
Há no livro de Provérbios no capítulo 3 e verso 7 a seguinte fala: “Não sejas sábio aos teus próprios olhos; teme ao Senhor e aparta-te do mal.” . O volume de informações que se pode adquirir a respeito de qualquer coisa relacionada à nossa vida tem sido tão grande que o homem naturalmente se inclina para si mesmo, e passa a não enxergar mais o obvio: O que é verdadeiramente o mal? Afinal, somente marcas d’água são feitas. Não se cria limites para os deleites, ainda que estes custem a integridade moral, espiritual, relacional, física, e outras afins, de outrem.
Afinal, o que é melhor: Viver o bem, e deixar que este bem viva tão intensamente em você que te conduza a transformar este mundo num lugar melhor, onde pessoas ainda são pessoas, e onde a felicidade pode deixar ser frações de agradáveis momentos, e se tornar de fato uma rotina, ou se esbaldar em si mesmo e viver somente esta vida?
A nossa felicidade se completa quando fazemos outras pessoas felizes. Fato.
Estamos aqui só de passagem, e o que de fato é de todos, nunca se enquadrará num perfil egoísta. A felicidade é eterna. Tenha a felicidade e a compartilhe.